Pequenas Corvetas com mísseis de longo alcance

 


Exemplo de como navios pequenos podem receber armamento pesado, a Classe Laksamana da Marinha da Malasia está equipada com seis misseis antinavio Otomat MkII (alcance +120km), 1 canhão 76mm, 1 canhão duplo de 40mm e misseis antiaéreos Aspide. Além dos sensores para guerra antiaérea e antisuperfície, esses navios de apenas 650t são equipados com sonar e lançadores de torpedos leves anti-submarino.   Foram produzidas quatro unidades desta classe e podem ser encontradas versões semelhantes em outras marinhas.

 

Mais recentemente, com o advento de mísseis anti-navio supersônicos e longo alcance como Brahmos, abre-se uma interessante possibilidade para construção de navios com tonelagem entre 500t e 700t e armados com 4 a 8 mísseis desse tipo:  


Em fase avançada de desenvolvimento, o Brahmos representa uma significativa evolução para uma longa linhagem de mísseis antinavio de grande porte nascida na antiga União Soviética. Com velocidade entre Mach 2.8-3.0 e alcance acima de 250km, é capaz de atingir alvos em terra e no mar sendo muito difícil de abater. Pesa cerca de 3ton e pode ser acondicionado em lançadores múltiplos tubulares ou lançadores verticais.

 

A idéia não é nova e o conceito pode ser representado pela antiga classe Nanuchka dos tempos da União Soviética. Primariamente desenvolvida como uma arma defensiva, também era capaz de integrar forças tarefa em missões de controle marítimo em águas profundas, tornando-se um multiplicador de forças: 


Deslocando 600t à 32 nós, essa pequena corveta anti-navio é armada com 6 misseis pesados SS-N-9 Siren (de dimensões semelhantes ao Brahmos), 1 sistema antiaéreo SA-N-4 e 1 canhão duplo de 57mm (versões mais novas foram equipadas com 1 canhão 76mm e outro com 30mm e seis canos, com capacidade anti-míssel). Não dispões de armas e sistemas para guerra anti-submarino.

 

Nos dias de hoje, tais navios poderiam incorporar, além dos mísseis anti-navio de longo alcance:

-         canhões de médio calibre (76mm-57mm) de alta cadência de tiro e eficientes tanto contra alvos navais como aéreos (incluindo mísseis)

-         mísseis anti-aéreos de curto-alcance

-         canhões de pequeno calibre, principalmente na função anti-missel

-         Sistemas de detecção modernos, incluindo sonares anti-submarino.

-         Sistemas de contramedidas e despistamento

-         Características furtivas garantindo baixa detectabilidade ao radar

 

Uma opção mais econômica dispensaria o uso de mísseis antiaéreos e dos sistemas de guerra antisubmarino, confiando apenas em canhões médios e leves para a defesa de ponto.

 

Em qualquer opção, a ação em águas profundas exigiria a escolta de navios maiores (normalmente fragatas multi-missão), que garantiriam proteção contra ameaças aéreas e submarinas e na forma de helicópteros embarcados permitiriam esclarecimento marítimo e correção de meio curso para os mísseis anti-navio quando usados no seu alcance máximo.

 

Por exemplo, uma fragata Niterói escoltando duas corvetas desse tipo e apoiada por aeronaves de patrulha marítima, constituiria uma pequena mas poderosa força-tarefa controle marítimo.

 

fev/09

 


Atualização fev/17

No momento atual, parece interessante a adoção pela MB de uma classe de corvetas na faixa de 600t, armada com um canhão médio (57mm ou 76mm), misseis SSM e torpedos leves anti-submarino (eventualmente incrementados por um sistema de misseis anti-aéreos de curto alcance, como o Mistral).  Equipadas com sonar de casco e sonar de imersão (VDS) seriam úteis no combate a submarinos dentro do mar territorial, permitindo que navios escoltas maiores atuem mais afastados da costa, além de também poderem atuar como multiplicadores em forças-tarefas à distâncias maiores.  Além disso, podem ter uma importante capacidade anti-superfície.

A presençca de seis a oito desses navios permitiria à MB ter um número menor de navios multifuncionais maiores sem prejuízo da sua operacionalidade.